Como devemos interpretar o pedido do Profeta Abu Dharr (ra) aos ricos para que contribuam com ainda mais zekât e caridade?

Resposta

Caro irmão,

A solicitação de Abu Zar (ra) de dar mais do que o zakat não era algo baseado em coerção. No Alcorão, além da palavra “zakat”, outras palavras também foram usadas. Essas duas últimas palavras, juntamente com o zakat, incluem também “teberru”, a caridade extra não obrigatória. Os companheiros, ao cumprir o comando, davam não apenas o zakat, mas também caridades de tetavvu/sunna. Abu Zar (ra) também queria que os ricos, que tinham condições, não se contentassem apenas com o zakat obrigatório, mas também ajudassem os necessitados com caridades voluntárias. Em sua atitude, não havia coerção, mas sim conselho e orientação.

Abu Zar (ra), que adotou a abstinência e a piedade como princípios, teve uma postura muito dura contra a vida luxuosa e ostentosa em Damasco, especialmente durante sua estadia lá, devido ao fato de que, como resultado das conquistas durante o período de Uçman (ra), as pessoas, em geral, tinham uma vida mais rica do que antes. Ele até mesmo discutia com Muawiya (ra) a respeito disso. Abu Zar (ra), com base no versículo cuja tradução apresentamos abaixo, dizia que as pessoas deveriam distribuir entre os pobres o que excedesse a quantidade necessária para sustentar suas famílias.

(At-Tawbah, 9/34-35).

Muawiya (que Deus esteja satisfeito com ele) dizia que este versículo se aplicava apenas aos ahl-i kitab (os judeus e cristãos). Abu Dharr (que Deus esteja satisfeito com ele) dizia que era uma lição para os muçulmanos também. Diante disso, Muawiya (que Deus esteja satisfeito com ele) o denunciou a Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele). O califa o chamou para Medina. Ele foi, mas depois de algum tempo, cansado da vida social, foi viver num deserto chamado Rezebe, onde morreu (Taberi, Ibn Kathir, comentário sobre o versículo em questão).

A interpretação de Abu Zar (ra) de que, com base em um versículo, as pessoas são obrigadas a doar aos pobres o que sobra de seus bens, além do necessário para sustentar suas famílias, não foi considerada apropriada pelos estudiosos islâmicos. No entanto, essa foi uma interpretação que ele fez com base em um versículo.

Os xiitas gostam muito dele porque ele criticava H. Osman (ra) e H. Muaviye (ra) e por não ter adotado suas políticas.


Com saudações e bênçãos…

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