– Então, o destino das pessoas que são mortas ou cometem suicídio já está escrito para que morram naquele momento por outra razão?
Caro irmão,
Esta sua pergunta
sim
ou
não
Responder dessa forma estaria errado. Porque
sim
se dissermos
Determinismo
torna-se um cego, que rejeitou a vontade humana;
não
se dissermos
Mu’tazilismo
seria negar o destino. Afinal, há um cadáver ali. Por isso, achamos por bem explicar brevemente:
“Pergunta:
“O que você diria à frase: ‘Se a morte de fulano está predestinada para tal hora, qual a culpa do homem que atirou com o fuzil por livre arbítrio? Se ele não tivesse atirado, ele ainda assim teria morrido?'”
“O destino tem uma relação entre causa e efeito. Ou seja, tal efeito ocorrerá por causa de tal causa. Portanto, não se diga:
‘Se a morte de fulano está destinada a acontecer em tal hora, qual a culpa do homem que disparou o rifle com seu livre-arbítrio? Se ele não tivesse atirado, ele ainda assim teria morrido?’
“Pergunta:
Por que não?
“Resposta: Porque o destino determinou que ele morresse com seu rifle. Se você imaginar que ele não atirou com o rifle, então você está imaginando que o destino não se aplica. Então, com o que você vai justificar sua morte? Ou você concebe um destino separado para a causa e um destino separado para o efeito, como os Jabri, ou você nega o destino, como os Mu’tezile, abandonando a Ahl-i Sunna wal-Jama’a e entrando em uma seita desviante. Portanto, nós, a Ahl-i Hak, dizemos: ‘Se ele não tivesse atirado com o rifle, sua morte seria desconhecida para nós.’ Os Jabri dizem: ‘Mesmo que ele não tivesse atirado, ele teria morrido.’ Os Mu’tezile dizem: ‘Se ele não tivesse atirado, ele não teria morrido.'”
(Palavras, p. 467)
Ou seja, Deus, em Sua sabedoria, estabeleceu neste mundo uma relação entre cada efeito e sua causa. Essa verdade é expressa como a ligação entre a causa e o efeito no destino. Por exemplo, uma criança é o efeito, e seus pais são a causa. Deus previu a criação daquela criança por aqueles pais.
Aqui está
Cebriye,
eles imaginam que a causa e o efeito têm destinos separados, ou seja, consideram os pais e a criança separadamente. Como resultado, eles se agarram à ideia errada de que, para uma criança que já nasceu no mundo, como seu destino é nascer no mundo, ela teria nascido mesmo sem os pais.
Mu’tazilismo
por sua vez, atribui influência às causas, apresentando novamente uma ideia falsa, como se, se não houvesse pais, aquela criança não teria nascido.
Os estudiosos da Ahl-i Sunnet,
eles afirmaram que o destino considera a causa e o efeito, e que nada pode ser dito sobre o efeito quando a causa é considerada inexistente. Ou seja, para o exemplo acima,
“Se aquele pai ou mãe não existisse, a criança teria nascido?”
a resposta dos estudiosos da Ahl-i Sunnet à pergunta é:
“Não sabemos o que vai acontecer, não é?”
é assim. Pois, há um fato. A criança em questão nasceu daqueles pais. Como se pode afirmar se a criança teria nascido ou não, considerando-se a ausência dos pais? Não se pode fazer uma estimativa sobre se Deus enviaria aquela criança a outros pais.
Assim como neste exemplo, no caso de um homem atirar e outro morrer, o destino considera a causa e o efeito. Há um evento de assassinato, e este evento é conhecido por Deus antes mesmo de acontecer. Portanto, o destino é que um homem atira e outro morre. Se se presume que o homem não atirou, um lado do evento existente, ou seja, o aspecto da causa, é considerado inexistente. Nesse caso, nada pode ser dito sobre o lado oposto.
No caso de homicídio, a culpa do assassino reside no fato de ter tentado cometer o ato de matar, que é proibido por Deus, e de ter causado a morte.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas