– Vamos a uma piscina exclusiva para mulheres. Nós respeitamos a privacidade entre mulheres e vestimos de acordo, mas sempre há quem deixe partes íntimas à mostra (entre o umbigo e a virilha), e mesmo sem querer, acabamos vendo essas partes.
– Haverá algum problema em irmos assim?
– Mesmo que não fôssemos, ficaria na memória das crianças, e de qualquer forma não levamos ao mar porque é perigoso.
– Professor, o que devemos fazer a respeito? Parece impossível encontrar um lugar onde todas as mulheres possam ter privacidade.
Caro irmão,
As mulheres podem ir a piscinas reservadas apenas para mulheres.
No entanto,
Uma mulher não pode mostrar a região entre o umbigo e a altura do joelho para outras mulheres, e também não pode olhar para essas áreas do corpo de outras mulheres.
Sob esse ponto de vista, uma mulher não pode, nem ela mesma, expor essas áreas do corpo, nem olhar para essas áreas do corpo de outras mulheres.
Portanto, uma mulher não pode olhar para as partes do corpo de outras mulheres que é proibido ver. Mesmo que veja acidentalmente e involuntariamente, ela imediatamente desvia o olhar.
Se, apesar disso, não houver possibilidade de evitar, então não irei a esses lugares.
Lugares onde há mulheres que preferem usar maiô de cobertura também podem ser uma boa opção.
Se não houver um lugar apropriado para ir, é melhor para nós renunciarmos aos desejos da nossa alma, pensando nas recompensas da vida futura e na aprovação de Deus. Como está expresso no hadith;
“O que é lícito é claro, e o que é proibido também é claro. Entre esses dois, porém, há coisas duvidosas; quem se afastar delas, preservará sua religião e sua honra.”
(Buxari, Fé, 39; Muslim, Disputas, 109)
Conta-se que os antepassados virtuosos (selef-i salihin) diziam:
“Nós abandonávamos setenta coisas lícitas por medo de cometer algo ilícito.”
(Abu Talib al-Makki, Qutb al-Qulub, 2/434)
Consideramos oportuno apresentar alguns exemplos que esclareçam nossa perspectiva sobre esses assuntos:
* Quando uma sunna entra em conflito com uma prática desaconselhada (makruh),
Ou seja, se para realizar a circuncisão for necessário cometer um ato reprovável, deve-se abandonar a circuncisão.
Ou seja, evitar o que é reprovável vem antes de praticar a sunna.
* Quando um dever (fard) entra em conflito com algo proibido (haram),
Ou seja, quando se é obrigado a cometer um pecado para cumprir uma obrigação religiosa, é necessário adiar a obrigação. A recompensa por evitar o pecado é maior do que a recompensa por cumprir as obrigações religiosas.
* Quando um comando e uma proibição se encontram, a proibição é ignorada.
Porque evitar o haram (proibido) vem antes de cumprir o farz (obrigatório).
O ser humano,
Se ele continuar sua vida dentro dos limites do permitido e de acordo com a vontade de Deus, ele alcançará uma felicidade e paz eternas no além e no mundo da sepultura.
Caso contrário,
Em troca dos prazeres mundanos e efemeros do mundo, que são proibidos, a pessoa sofrerá uma decepção e um tormento eternos. Para o ser humano, este não seria um bom negócio.
Aguardar-se de todos os pecados, abster-se daquilo que a religião proíbe ou daquilo que se tem dúvida de ser haram (proibido), é a piedade (taqwa).
Ibn Sīnā (Avicenna) divide a abstinência/pietas em quatro partes:
Primeiro:
Aquele que se afasta das coisas que são claramente proibidas não perde a qualificação de justo.
Em segundo lugar:
Suspeito
(possibilidade de ser proibido)
é afastar-se das coisas que acontecem,
Salih
é a piedade de alguém.
Terceiro:
É abster-se de algumas coisas lícitas por medo de cair no haram (proibido), e essa é a piedade dos justos/dos que temem a Deus.
Quarto:
É remover e descartar de seu coração tudo que não seja Deus, e isso é a piedade dos sinceros.
(Ihya’ul-Ulum, 2/96)
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas