– Ou será que não se deve reclamar dessas pessoas no além-mundo e perdoá-las?
Caro irmão,
Assim como devemos evitar cometer injustiças contra os outros, também devemos tentar impedir que outros cometam injustiças. Isso é um dever. No entanto, existem certos padrões islâmicos para corrigir injustiças cometidas contra nós ou contra outros. Esses padrões devem ser seguidos.
Por exemplo,
“Quando se observa uma injustiça ou um mal, deve-se intervir para impedi-lo, seja com as mãos, seja com a língua; e se isso não for possível, pelo menos deve-se manifestar oposição a isso em espírito.”
É um mandamento do nosso Profeta (que a paz esteja com ele).
(ver também Muslim, Iman 78; Tirmizi, Fiten 11)
Nossos estudiosos autorizados explicaram este hadiz sagrado da seguinte maneira:
“É dever do Estado e de outras autoridades impedir o ‘munkar’, ou seja, o mal, com a força.”
Proibir por meio da linguagem é dever dos estudiosos, das pessoas que têm conhecimento sobre o assunto.
Aqueles que não têm autoridade para agir, nem o conhecimento para impedir o mal com a palavra, odiarão-o em seus corações, ou seja, resistirão a esse mal em seu íntimo.”
Portanto, ao sofrer uma injustiça, é necessário recorrer às autoridades competentes para sua reparação e, se houver pessoas com poder para impedir esse mal, é preciso que elas intervenham. Se tudo isso não resultar em nada, significa que a pessoa só receberá seus direitos no grande dia do julgamento final.
“Não me perdoe”
Quanto à questão do perdão, é uma virtude; a pessoa pode perdoar as violações de seus direitos, se assim o desejar. Aqueles que, diante de um mal sofrido de um irmão crente, não retribuem com o mesmo ou mais, mas optam pelo caminho do perdão, certamente receberão uma grande recompensa na outra vida. No entanto, o direito de reivindicar seus direitos também é preservado.
A escolha é de cada um.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas