
Caro irmão,
Antes de mais nada, é importante enfatizar que tais suposições, que não são baseadas em nenhuma evidência científica, são uma falácia que surge inevitavelmente do pensamento ateísta.
Primeiramente, tentar identificar o medo da morte como a medida da origem das religiões é errado tanto do ponto de vista científico quanto lógico. De fato, as religiões divinas, especialmente o Islã, possuem provas objetivas tão contundentes que, para rejeitá-las e atribuí-las a meras preocupações subjetivas, como a ideia de que tudo se deve ao medo, seria preciso ser louco.
É, sem dúvida, uma ferida profunda que expressa as preocupações mais naturais e as angústias mais conscientes dos seres humanos. O que as pessoas sentem por natureza, em virtude de sua criação, não é um sinal de seus erros, mas sim a comprovação de sua verdade. Portanto, a ansiedade pela morte, inerente à natureza humana, é uma demonstração do medo de se tornar pó, de deixar de existir, de não ressuscitar.
Porque, como expresso em sua essência, Deus deu coisas que satisfazem os desejos que Ele concedeu. Por exemplo, Deus, que deu o sol para o olho que quer ver, o som para o ouvido que quer ouvir, e alimento para o estômago do corpo que quer se alimentar, também criou a vida após a morte para a consciência que deseja a eternidade.
Isso é uma prova de que o homem foi criado, por natureza, para a vida após a morte. Porque o medo da morte não provém da própria morte, mas sim das dúvidas sobre a existência de uma vida após a morte. Se o homem soubesse que, a partir do momento em que pisasse no mundo da além-túmulo, entraria em uma felicidade eterna como o paraíso, essa ansiedade diminuiria a um percentual insignificante. Ainda que o mundo explodisse como uma bomba, a fé verdadeira não assustaria um homem.
Em resumo, Adão (que a paz esteja com ele), o primeiro ser humano criado, foi também o primeiro profeta e conhece muito bem a vida no paraíso. Desde então, 124.000 profetas (que a paz esteja com eles) vieram e todos provaram sua profecia por meio de milagres. Somente na comunidade islâmica existem milhões de santos, e a grande maioria deles testemunhou pessoalmente a vida após a morte – a vida no túmulo, no Berzah.
Essas verdades são abundantes nas fontes islâmicas. Vamos acreditar nas preocupações dos ateístes que se deixaram levar por correntes de filosofia materialista como Hegel, Marx, Mao e outros, ou nas palavras e nos milagres de filósofos islâmicos como Imam Ghazali, Al-Farabi, Ibn Sina, Ibn Rushd; e de santos como Abdulkadir Geylani, Muhyiddin Ibn Arabi, Imam Rabbani, e Bediuzzaman Said Nursi?
Este mundo é um lugar de prova, e a pessoa receberá a recompensa por cada ação que fizer neste mundo no outro mundo. Tal crença na vida após a morte pode tanto ajudar a aceitar a ideia da morte, quanto libertar a pessoa da ansiedade e do estresse que pode enfrentar, com a ideia de que as dificuldades e os sofrimentos enfrentados neste mundo serão amplamente compensados no outro mundo.
A crença na vida após a morte, por um lado, oferece um grande consolo às pessoas diante da opressão e das dificuldades, e por outro, abre as portas da eternidade para aqueles que desejam a imortalidade, desempenhando um papel importante na manutenção do equilíbrio mental. Pesquisas demonstraram que, em situações de desespero, por exemplo, a crença na vida após a morte oferece esperança aos crentes, reduzindo a ansiedade e proporcionando consolo que acalma a culpa e os medos.
Além disso, a crença na vida após a morte, ao apresentar a ideia de que a vida humana continua após a morte e que o importante é a vida no além, ajuda a pessoa a viver de forma mais consciente, a auto-criticar-se e, portanto, permite uma mudança positiva e uma vida de qualidade.
Em conclusão, as pessoas crentes que consideram a morte como o objetivo fundamental da vida buscam a possibilidade de viver com prazer e serenidade, mantendo viva em um canto de sua consciência a realidade de que um dia morrerão. Para elas, a vida antes e depois da morte são vistas como dois elementos complementares. De fato, elas se consideram viajantes de um futuro infinito.
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Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas