– No mundo, vários desastres nos acontecem, algumas pessoas podem incomodar apenas com a sua presença, e isso nos leva à depressão, ou até mesmo à desilusão com a vida.
– As dificuldades e os sofrimentos que enfrentamos neste mundo serão mais do que compensados no paraíso?
– Ou seja, será que se concede uma recompensa que satisfaça o servo, que o faça esquecer suas preocupações e angústias?
– E se eu não perdoar a pessoa que me causou desconforto, qual será o resultado?
Caro irmão,
Resposta 1:
Assim como o objetivo principal do sistema educacional não é fazer com que o aluno passe de ano ou seja reprovado, mas sim transmitir-lhe certos conhecimentos, ensiná-lo a fazer certas coisas;
A promoção ou reprovação na classe é, portanto, uma consequência disso.
Da mesma forma, o propósito da nossa criação é observar o mundo e o que acontece no universo, encontrar a Deus, tentar conhecê-Lo por Seus nomes e atributos e, como resultado, adorá-Lo incondicionalmente e cumprir nossos deveres de servidão a Ele.
No versículo sagrado, diz-se, em tradução livre:
“Eu criei os gênios e os humanos apenas para que me adorassem!”
(Zariyat, 51/56)
Aquele que cumpre com essa obrigação é recompensado com o paraíso, e aquele que não cumpre e se opõe é punido com o inferno. A escolha é inteiramente nossa.
O Altíssimo Deus nos mostrou o caminho da retidão desde o Profeta Adão, e finalmente, com a lei que vigorará até o fim dos tempos, revelou o Alcorão ao Profeta Muhammad (que a paz seja com ele), e fez com que ele o interpretasse verbalmente e por meio da prática.
Agora, cabe a nós, neste mundo onde somos provados com a abundância e a escassez, com a doença e as dificuldades, com a felicidade e a dor, permanecer no caminho da retidão e cumprir devidamente todos os nossos deveres de servos.
Então, não vamos nos entristecer, não vamos nos alegrar, não vamos chorar?
Claro que tudo isso vai acontecer, senão não seríamos humanos. Mas o que se espera de nós é que não exageremos nem na alegria nem na tristeza, que enfrentemos a tristeza com paciência e a alegria com gratidão, ou seja, que permaneçamos no caminho reto, e que estejamos cientes de que tudo isso acontece com a permissão de Deus e que estamos sendo observados a todo momento.
Foi-nos dito que não seríamos assim, e que, se nos rebelássemos, receberíamos a recompensa por nossa traição, ponto por ponto, no inferno;
Se obedecermos a estes preceitos, a recompensa pela nossa fé e pelas nossas boas ações no Paraíso é garantida por Deus, e será muito maior do que imaginamos. Não é preciso mais do que olhar para Aquele que promete a recompensa para perceber que ela é uma recompensa magnífica, que supera qualquer imaginação.
Resposta 2:
No mundo, as calamidades e desgraças que afligem o homem, bem como a tristeza, a dor e todo tipo de sofrimento que delas resultam, têm uma série de causas, sendo uma prova divina.
Essas razões, conhecidas através do Alcorão e dos hadiths, podem ser listadas da seguinte forma:
1. É devido aos pecados que cometemos.
No Alcorão Sagrado, está escrito:
“O mal que vos aflige é devido aos vossos pecados.”
(Al-Shura, 42/30)
Deus, na Sua infinita sabedoria, aplica parte da punição pelos pecados cometidos neste mundo, de acordo com a gravidade dos mesmos. Não deixa tudo para a vida após a morte. Se os pecados forem graves, a punição será na vida após a morte. Para o crente, é melhor que a punição seja aplicada neste mundo. O crente que aceita isso enfrenta com paciência e resignação todas as dificuldades e provações que lhe acontecem.
2. Às vezes, também é devido aos erros e pecados cometidos por outras pessoas.
O Corão expressa essa verdade da seguinte forma:
“Temam uma calamidade, uma desgraça, pois quando ela chega, não se limita aos opressores, mas também atinge os inocentes.”
(Al-Anfal, 8/25)
A justiça divina encontra seu lugar na recompensa que dará aos inocentes no além-mundo, compensando a punição que os oprimidos sofrem por causa dos opressores. A tristeza e a dor neste mundo são recompensadas com paz e felicidade na vida após a morte.
3. É para expiar os pecados.
O Profeta Muhammad, que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele, disse:
“Toda provação que um crente sofre é uma expiação por seus pecados.”
(ver Bukhari, Îman, 39; Muslim, Birr, 52)
“Se um muçulmano sofre qualquer calamidade, angústia, tristeza, dor, sofrimento ou aflição, ou mesmo se uma espinha lhe espetar, Deus certamente o compensará por seus pecados.”
(Buxari, Marda, 1; Muslim, Bir, 52)
4.
Para alcançar altos graus no paraíso
Segue-se a narração de dois hadiths sobre o assunto:
“As pessoas que mais sofrem provações são, primeiramente, os profetas, e depois, de acordo com seus graus.”
(santos e justos)
Chega um momento em que a pessoa é exposta a provações e calamidades de acordo com sua fé. Se sua devoção à fé for forte, as provações aumentam ainda mais. Mas se ela vive de forma negligente em relação à sua fé, ela enfrenta calamidades de acordo com isso. As provações chegam a uma pessoa até que não reste mais pecado nela.”
(Tirmizi, Zühd 57; Ahmed b. Hanbel, I/172, 174)
“Um servo para si mesmo”
(no paraíso)
Se ele não puder alcançar o nível preparado por meio de suas ações, Deus lhe inflige uma calamidade em seu corpo, sua propriedade ou seus filhos, e ele é elevado a esse nível por causa de sua paciência diante dessa calamidade.”
(Ahmad ibn Hanbal, V/272)
Podemos resumir o assunto da seguinte forma:
O crente deve acreditar que, por qualquer motivo que seja, as provações, dificuldades, tristezas e sofrimentos que ele enfrenta neste mundo, em última análise, se transformarão em recompensa. O que lhe acontece é para o seu bem, não contra ele.
No entanto, para que esse bem se concretize, é necessário que ele saiba que tudo o que lhe acontece vem de Deus, que seja paciente e confie, que não se rebelie e que se conforme com seu destino. Para ele, o crente, toda situação é agradável e bela. O Profeta Muhammad expressou isso da seguinte forma:
“Como é feliz o estado do crente! Todo seu estado é bom para ele, e isso é exclusivo do crente. Quando algo bom lhe acontece, ele agradece; isso é bom para ele. Quando algo ruim lhe acontece, ele é paciente; isso também é bom para ele.”
(Mussulmã, Zühd, 64)
Resposta 3:
Quanto à pessoa a quem você não perdoou, Deus protege os direitos de toda criatura e não perdoa a injustiça cometida, a menos que o ofendido a perdoe. Deus perdoa a injustiça cometida contra Ele, mas não perdoa a injustiça cometida por um homem contra outro homem.
Como mencionado no último versículo da Surata Amme, no Dia do Julgamento, no Além, Deus, que retribui os animais injustiçados, também retribuirá a cada pessoa o que lhe é devido. A pessoa que tem direito a algo receberá, naquele dia, do pecador que lhe fez injustiça, tanto de seus bons atos quanto for necessário para cobrir o prejuízo; se o pecador não tiver bons atos suficientes, ou se não tiver nenhum, então a pessoa que sofreu a injustiça receberá de seus próprios pecados. O Profeta (que a paz esteja com ele) chama de verdadeiro falido aquele que se encontra nessa situação.
“O verdadeiro falido, no Dia do Juízo Final, chega com a sua oração, o seu jejum e a sua esmola. Mas, por outro lado, chega com a acusação de ter insultado este, caluniado aquele, consumido os bens de outro, derramado o sangue de fulano, agredido fulano. Por isso, as suas boas ações e méritos serão distribuídos a este e àquele. Se os seus méritos acabarem antes que as suas dívidas sejam pagas, então ele terá que carregar os pecados deles e, depois, será lançado no inferno.”
(Mussulmão, Bir, 59)
Portanto, o crente deve ser extremamente cuidadoso ao receber e dar direitos. Se acredita no Dia da Ressurreição, deve se livrar dos direitos violados. Se o detentor do direito o perdona por vontade própria, Deus também perdoa.
Sob esse ponto de vista,
s
Seja lá o que ele tenha feito, sem querer comparar, se você visse o balanço das contas da vida futura de tal pessoa aqui na Terra, você teria pena dele e o perdoaria imediatamente.
Não se deixem vencer pela sua própria alma e pelo diabo!
Se você puder receber seus direitos de forma justa, procure-os e receba-os, certamente. Mas se não puder e não houver nada a fazer, perdoe a essa pessoa os seus direitos de servo, lembrando-se do terrível fim que a espera e não esquecendo que você também espera o perdão de Deus por seus outros pecados.
No versículo 22 da Sura An-Nur, diz-se, em tradução livre:
“…Porventura não desejais que Deus vos perdoe, assim como vós perdoais a eles? E Deus é Gafur (muito perdoador), Rahim (muito misericordioso).”
Clique aqui para mais informações:
–
Estamos sendo provados. As catástrofes, doenças, dificuldades que nos acontecem…
–
Existe algum hadiz que diga: “Somente as lágrimas e a doença perdoam os pecados”?
–
De acordo com os hadices, os desastres e as calamidades que afligem os muçulmanos e…
–
Quais são as causas das calamidades que afligem os seres humanos neste mundo?
–
As pessoas que não são atingidas por desgraças e calamidades são mais…
–
Hadices sobre paciência? Qual a recompensa pelas provações? “Doente por três dias…”
–
Uma picada de uma cana, uma fisgada, um tropeço…
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas