Caro irmão,
Os Dez que receberam a Boa Nova
É necessário avaliar a verdade e a sabedoria da promessa do paraíso a alguns dos Companheiros, em particular, de três pontos de vista.
a.
Do ponto de vista de Deus, compreende-se que aqueles que receberam a promessa do paraíso foram colocados numa posição de acordo com o conhecimento infinito de Deus. Deus, com seu conhecimento infinito, viu que essas pessoas se manteriam afastadas das ações que as levariam ao inferno e, como exemplo que confirma esse conhecimento divino, indicou suas posições na vida eterna. Isso demonstra que Deus sabe quem irá para o paraíso e quem para o inferno, mas esse conhecimento não implica, do ponto de vista humano, uma direção obrigatória; a rota é determinada por sua livre vontade. A maneira como essa livre vontade foi usada é apresentada como um exemplo vivo para a humanidade, por meio da vida dessas pessoas.
b.
Do ponto de vista do Profeta Maomé (que a paz esteja com ele), aqueles que foram agraciados com a promessa do paraíso testemunham de forma irrefutável a verdade da missão profética de Maomé (que a paz esteja com ele), permanecendo na fé e na linha do Islã ao longo de suas vidas, obedecendo mais do que ninguém aos mandamentos e proibições de Deus, e finalmente entrando no túmulo com fé. Pode-se dizer que Abu Lahab, com sua vida, sua morte e sua incredulidade, confirmou a predição da Surata Tebbet do Alcorão, assim como aqueles que foram agraciados com a promessa do paraíso.
Os Dez que Receberam Boas Novas
e
e outros, com suas vidas e mortes, mantendo-se afastados de qualquer linha que fosse contrária à fé, ao Islã e ao Alcorão, confirmaram e demonstraram a notícia mística do Profeta (que a paz seja com ele) sobre eles.
c.
Por outro lado, analisando o assunto do ponto de vista dos Dez Anunciados, observa-se que, apesar de tudo, eles se afastaram mais do que ninguém da rebelião contra Deus e continuaram a cumprir seus deveres de adoração dia e noite.
Sobre este assunto, surge a seguinte questão:
–
Será que, com essa atitude, eles não deram ao anúncio em questão uma atenção excessiva – Deus nos livre – ou será que há outra razão para isso?
Em resposta a isso, acreditamos que bastará observar os seguintes fatos. Primeiramente, eles sabiam muito bem que essa maravilhosa promessa estava intimamente ligada ao seu bom desempenho. Seguir uma linha de conduta oposta significaria um esforço para que essa promessa não se concretizasse, e seria uma atitude que comprometeria a fé, como se fossem negar as notícias sobrenaturais de Deus e do Seu Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele). Adotar uma postura errada que significasse que uma notícia em cuja veracidade acreditavam era falsa, significaria um delirio espiritual inexplicável.
Outra questão relacionada ao assunto é:
-como indicado na pergunta-
é a seguinte: Como é possível conciliar a confiança e a segurança proporcionadas pela garantia da promessa em questão com o temor de Deus, que é apresentado no Alcorão como um requisito da fé?
Essa pergunta também pode ser respondida da seguinte maneira: ser agraciado com a promessa do Paraíso não impede o medo de Deus, nem o respeito constante por Ele. Há muitos graus de medo de Deus. Alguns temem o castigo de Deus, outros a ira de Deus, e outros ainda temem ofender a misericórdia de Deus, ou cometer a menor falta de respeito à Sua grandeza. O medo, a piedade, das pessoas que alcançaram o nível de serem agraciadas com a promessa do Paraíso, é um medo tão sutil. De fato, o Profeta (que a paz esteja com ele) também, embora soubesse que era para o Paraíso,
“Eu temo a Deus mais do que todos vocês.”
disse.
Além disso, enquanto alguns não se importam com uma bofetada, mesmo que a consciência os incomode, há aqueles que ficam de cama com apenas uma repreensão. Claro.
Os Dez que receberam a Boa Nova
Aqueles que receberam a boa nova do paraíso, como os mencionados, pertencem a este segundo tipo de pessoas. Eles sabiam que receber a boa nova do paraíso significava não ser punido com o inferno, mas não significava que não receberiam repreensão de Deus. Todo o seu medo, portanto, provinha de sentimentos refinados, como o receio de receber tal repreensão, ofender a misericórdia infinita de Deus, ser ingratos pelas inúmeras bênçãos de Deus, incluindo essa boa nova, e menosprezar a graça da orientação que receberam. Em resumo:
“Para quem sabe, até um mosquito é um bom instrumento musical; para quem não sabe, nem tambor nem flauta são suficientes.”
como enfatizado no ditado popular,
Os Dez que Receberam Boas Novas
Eram pessoas que temiam muito cometer a menor falta de respeito a Deus, por menor que fosse, e temiam muito receber a menor repreensão Dele.
Clique aqui para mais informações:
– A menção de que Abu Lahab iria para o inferno e alguns companheiros do Profeta para o paraíso…?
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
Comentários
salvação
Obrigado pela sua gentil resposta…