– A palavra “mártir” surgiu pela primeira vez no Islã?
– Existe alguma referência a isso em religiões ou tribos anteriores?
Caro irmão,
O primeiro homem foi Adão.
Ele também é o primeiro profeta. Ele também recebeu revelação e foi-lhe dada uma escritura. Portanto, o conceito de martírio deve existir desde os primeiros humanos.
No entanto, como outros livros sagrados além do Alcorão não foram preservados em sua forma original, pode não ser possível encontrar o significado e os detalhes corretos do conceito de martírio neles.
Segue um resumo dos estudos realizados sobre este tema:
A palavra “شهيد” (martyr) em línguas ocidentais
“testemunha”
derivado do grego martu(y) que significa “testemunho” e que passou para o latim.
mártir, mártir
foi recebido com as palavras:
Um conceito semelhante é o suicídio religioso, que consiste em “o ato heroico de tirar a própria vida em nome de uma crença ou causa nobre”, e que foi adotado por tradições antigas gregas e romanas, bem como por religiões de origem indiana e chinesa.
O suicídio religioso, também chamado de morte honrosa ou nobre, embora não seja oficialmente reconhecido por muitas religiões que consideram o martírio sagrado, tem exemplos no judaísmo e no cristianismo. Portanto, é difícil distinguir o martírio do suicídio religioso, especialmente na prática.
Para que uma morte seja considerada martírio nos estudos da história das religiões:
a)
A existência de um ambiente de opressão ou perseguição;
b)
Que a morte tenha sido considerada heroica aos olhos dos testemunhas;
c)
Aceitar a morte de forma voluntária, ou mesmo, em alguns casos, tirar a própria vida;
d)
Que isso traga benefícios para os outros;
e)
A crença na salvação ou na recompensa na vida após a morte, que surge dessa forma.
espera-se que contenha elementos como estes, especialmente os dois últimos.
O conceito de mártir no judaísmo
apesar de ter um lugar importante
Antigo Testamento
não existe um conceito que atenda aos requisitos acima. Em contrapartida, seis pessoas podem ser consideradas no âmbito da morte digna.
(Abimeleque, Sansão, Acitofel, Saul, o armeiro de Saul e Zimri)
Foi mencionada a sua morte por suicídio.
(Juízes, 9/53-54; 16/28-30; I Samuel, 31/4-5; II Samuel, 17/23; I Reis, 16/18)
A ausência da ideia de martírio na religião de Israel antes do período do Segundo Templo (séculos V a.C. – I d.C.) se deve às administrações que os israelitas enfrentaram antes desse período.
(Assíria, Babilônia, Egito, etc.)
foi explicado pela sua tolerância geral a outras crenças e ao sincretismo.
Antigo Testamento
Existem exemplos de pessoas que, diante de pressões internas ou externas, aceitaram a morte em nome da fé. Contra os politeístas sincretistas na sociedade israelita, em nome do monoteísmo puro.
(O Rei Acabe e sua esposa Jezabel)
O profeta Elias, que lutou
(1 Reis 19,1-10; cf. 2 Reis 2,10),
A Rainha Ester, que tentou salvar seu povo da perseguição, diante da conspiração do visir Haman.
(Livro de Ester),
A situação de Daniel e seus três amigos, que se recusaram a se curvar diante da estátua imperial durante o exílio babilônico, e a de Daniel, que também se recusou a adorar o rei.
(Daniel, capítulos 3 e 6)
foi considerado como um potencial local de martírio.
Quando se trata de cristianismo
Partindo da crença geral no Novo Testamento de que a morte afeta o corpo e não a alma, o martírio foi visto como uma garantia de renascimento e salvação, no sentido de superar a morte e o corpo, e como uma repetição da morte de Jesus Cristo na cruz.
(Mateus, 10/39; 16/25; Marcos, 8/35; 10/45; Lucas, 9/24; Apocalipse, 20/4-6; Primeira Carta aos Coríntios, 15/26)
Por causa dessa compreensão, os mártires são importantes na doutrina dos pais da igreja.
“O Segundo Jesus”
foi qualificado como.
Entre os primeiros mártires cristãos, que foram condenados à morte por se recusarem a adorar os deuses pagãos considerados protetores do Estado Romano, destacam-se os apóstolos Pedro e Paulo.
(Primeira Carta de Pedro, 4/14-16)
O conceito de mártir na religião sikh, de caráter eclético.
Ao contrário de outras religiões indianas, o martírio ocupa um lugar importante. No ensinamento sikh, o martírio é uma consequência natural da obrigação de submeter-se à vontade de Deus. A palavra árabe “shahid” é usada para descrever os sikhs que perderam suas vidas nas mãos dos imperadores mogóis, principalmente o primeiro mártir sikh, Guru Arjan (m. 1606) e Guru Teg Bahadur (m. 1675).
A fundação da Khalsa (1699), que tem como base a solidariedade sikh, também se baseia no princípio de se dedicar à fé sikh e aos líderes sikh que a formaram. Histórias que contam as opressões sofridas pela comunidade sikh e as mortes heroicas dos mártires em nome de suas crenças são contadas em livros separados, que são lidos regularmente durante os cultos, com o objetivo de transmitir o ideal sikh às novas gerações.
São realizadas cerimônias de homenagem anuais para Guru e outros Sikhs que foram martirizados, tanto no passado quanto na era moderna.
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas