– Ao analisarmos os versículos e os hadices, vemos que aqueles que vão para o paraíso sem sofrimento são uma minoria muito significativa… Até mesmo nos exemplos do ovo de pavão e da semente de Bediuzzaman, há uma lógica que considera insignificante a importância da perdição e do sofrimento de 80% das pessoas…
– Ao ler isso e olhar ao meu redor e para mim mesmo, a ideia de que a maioria das pessoas irá para o inferno e a probabilidade proporcionalmente alta de eu também estar nessa maioria aumenta meu desespero?
Caro irmão,
Primeiramente, devemos salientar que
Em versículos e hadices, as pessoas são às vezes severamente advertidas. Essas advertências visam que as pessoas, evitando os pecados, aumentem seu nível e alcancem altas posições na vida eterna. Não é para desesperá-las e afligi-las. Portanto, devemos entender bem isso e considerar essas advertências e ameaças como um estímulo para alcançarmos a perfeição e evitarmos os pecados.
O nome do inferno assusta muitas pessoas.
E assim deve ser. Mas, como não sabemos quem vai para o inferno e quem para o paraíso, precisamos estar sempre vigilantes.
O muçulmano deve estar em estado de esperança e medo.
No Alcorão, há mais versículos de encorajamento do que de ameaça. A misericórdia de Deus é maior do que sua ira.
Estar entre a esperança e o medo é um equilíbrio necessário para todo ser humano. Pois, por mais muçulmano que sejamos, ainda é possível morrermos sem fé e ir para o inferno. Por mais pecadores que sejamos, Deus pode nos conceder o perdão, e podemos morrer com fé e ir para o paraíso.
Relata-se que o Profeta Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) disse:
“Se eu ouvisse uma voz do céu que dissesse: ‘
Todos os humanos estarão no paraíso, exceto uma pessoa que estará no inferno.
e, temo que eu seja essa única pessoa que vai para o inferno? Novamente
‘Todos os homens estarão no inferno, um homem estará no paraíso’
se me dissessem, eu esperaria que a pergunta fosse: “Será que eu sou a única pessoa que vai para o paraíso…?”
A fé do muçulmano
“Medo e Esperança”
Deve-se estar entre o medo e a esperança. Ninguém, incluindo os profetas, pode ter certeza de escapar do castigo de Deus. No entanto, eles esperam o paraíso, buscando refúgio na misericórdia em vez da ira, na graça em vez do castigo. Nós também devemos manter esse equilíbrio. Devemos realizar nossos cultos devidamente e esperar que Deus nos inclua na lista dos habitantes do paraíso.
Como a vida após a morte ainda não chegou,
Não sabemos quantos estão no inferno e quantos no paraíso. Também não é correto considerar o inferno como um mal absoluto. O inferno é melhor do que a aniquilação. Como não é possível compreender completamente a situação da vida após a morte com os padrões do mundo, o homem deve cumprir seu dever e não tentar julgar assuntos que o transcendem. Não deve acusar a misericórdia de Deus para com os seus servos, mas sim enfatizar sua infinita compaixão.
Clique aqui para mais informações:
– Deus criou algumas pessoas para o inferno?
Com saudações e bênçãos…
O Islamismo em Perguntas e Respostas
Comentários
esmeray634
Sim, um texto muito, muito bom. Nós cometemos os mesmos erros constantemente com a esperança de que Deus nos perdoe, mas o importante é, após o arrependimento, esforçar-se para não cometer aquele pecado novamente. Nós, filhos dos homens, preferimos viver sempre como nos convém. Que Deus perdoe a todos nós, amém…
Quero_Aprender99
O diabo engana muitas pessoas que, embora acreditem, seguem suas próprias vontades, dizendo: “Deus, afinal, aceita muito o arrependimento, Ele os perdoará mais tarde”. Infelizmente, nós também não conseguimos entender que Deus não está brincando conosco, que Ele definitivamente não voltará atrás em Sua promessa, e por isso cometemos os mesmos erros repetidamente, só nos lembrando da importância da situação quando algo ruim acontece, geralmente como um ato de misericórdia de nosso Senhor. E isso, às vezes, só dura um tempo… Se tivéssemos o suficiente medo de Deus em nossos corações, o diabo não conseguiria nos enganar a respeito de Deus… Não é certo nos enganarmos, garantindo a nós mesmos que todos os erros e desvios que cometemos serão perdoados, dizendo: “Afinal, me arrependerei mais tarde”. Aliás, essa ideia é do diabo. Portanto, infelizmente, confundimos a tolerância do Islã com a flexibilidade. Às vezes, até mesmo ao explicar nossa religião às pessoas, temos dificuldade em encontrar esse equilíbrio. Assim como um muçulmano precisa estar constantemente entre o medo e a esperança, aqueles que transmitem a mensagem a outras pessoas também precisam, além de incutir esperança, alertá-los e adverti-los, para que, quando enfrentarem uma situação difícil após a morte, não digam: “Nos disseram que tudo seria maravilhoso”…